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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Há Tanto Tempo Que Te Amo


"Há Tanto Tempo Que Te Amo" é o filme de estréia do francês Philippe Claudel, que conta a história de Julliete. Uma mulher que após passar 15 anos em uma prisão, retorna à sociedade e ao convívio com sua irmã mais nova, Léa.

O Drama se desenvolve em torno de um segredo familiar. Não sabemos nada a respeito de Julliete ao passo em que somos introduzidos no mundo de Léa e de sua nova família. Claudel fez um trabalho de roteiro e de narração brilhantes, porque em nenhum momento incluímos Julliete naquele ambiente familiar. Seu recomeço é arredio, lento. A câmera mal se move quando apresenta Julliete, demonstrando a sua estagnação no tempo. O seu figurino também contribui para demonstrar esta situação de "não pertencimento".

Em determinado ponto, a narrativa se torna um pouco lenta. Mas isto não torna a película desagradável em nenhum momento. Arrisco-me a dizer que foi introduzida de forma correta, demonstrando o quão lenta e difícil é a nossa adaptação e superação de preconceitos. E neste segundo ato, somos introduzidos a personagens que contribuem de forma decisiva para a adaptação de Julliete, como no drama do Capitão Fauré que vive em um tipo de prisão metafórica.

Kristin Scott Thomas como Julliete está maravilhosa. Sua atuação é precisa e demonstra real entrega ao personagem.

O desfecho é extremamente sensível e duro, ao mesmo tempo. O contraponto com o exterior foi perfeitamente bem colocado e demonstra que o diretor foi seguro quanto aos seus interesses com este filme.

Entrou com toda segurança em minha lista de filmes preferidos. Super recomendado!

Direção e Roteiro: Philippe Claudel
Elenco: Claire Johnston (Mãe de Julliete e Léa), Frédéric Pierrot (Capitão Fauré), Laurent Grévill (Michel), Serge Hazanavicius (Luc), Elsa Zylberstein (Léa), Kristin Scott Thomas (Juliette Fontaine), Catherine Hosmalin (Assistente Social), Olivier Cruveiller (Gérard), Mouss (Samir).
2008

Obs: Copiando parte do estilo de postagem do Galvão, do Galvanismo.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Remember me



Remember me, ignorando a tradução brasileira para começar, trata sobre os efeitos de nossas lembranças. Pessoas eternizadas na memória pela importância de sua passagem e pelas mudanças que representam.

O filme baseia-se em um argumento frequentemente explorado dos relacionamentos que se iniciam por jogos de sedução anteriormente estabelecidos entre, em grande maioria, amigos.


Robert Pattinson é Tyler Roth, um jovem marcado pelo suicídio de seu irmão, Michael. Tragédia que marcou profundamente sua família, tendo como agravante o afastamento do pai Charles Roth, interpretado por Pierce Brosnan. Morando com um amigo, vivendo “como porcos”, como o próprio diz, Taylor se entrega a uma vida regada de noitadas e bebedeiras. Em uma destas noites, ele se envolve em uma briga de rua. Ao mesmo tempo em que é absorvido, com a chegada dos policiais, se envolve em um embate com Neil Craig (Chris Cooper), policial prepotente chamado ao local da briga. Acaba sendo preso.

E então surge Ally Craig (Emilie de Ravin), filha do policial Craig. Ally também possui um passado marcado por uma tragédia. E como Tyler, mas por conseqüências diferentes, a relação com seu pai é conflituosa.

Tyler é convencido pelo seu amigo a conquistá-la como uma espécie de troco a agressão que ele sofreu do pai desta. E o restante da história todos já conhecem.

Robert Pattinson e Emilie de Ravin possuem uma boa química. Emilie apresenta uma atuação satisfatória, suficiente ao destaque dado ao seu personagem que merecia uma atenção maior, para valer a cena inicial e os argumentos utilizados. Com atuação questionável, Pattinson se saiu bem em minha opinião. Mesmo sendo massacrado em cenas de conflito com Pierce Brosnan.

Lembranças é um bom filme, mas com final extremamente apelativo. Funcionou, admito. Saí com os olhos cheios de lágrimas do cinema, e não sozinha. A combinação da cena final, com a citação que vem em seguida é deprimente.

Não acrescento elogios à direção de Allen Coulter neste comentário por motivos já citados. Tudo isto me obriga a dizer que o filme é apenas bom. E que as lágrimas que ele conquistou foram, de certa forma, arrancadas a força dos espectadores.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Nova York, Eu Te Amo



Nova York, Eu te amo, integra o projeto “Cities of Love”, assim como Paris, Eu te amo, que eu ainda não assisti. Os filmes são compostos por várias histórias que se passam nestas cidades, representando fortes características destas.

Em Nova York, Eu te amo, em questão, é focado o caráter cosmopolita da “capital do mundo”, com a grande mistura de culturas, de etnias. Não menos importante também, é a questão da solidão que é sentida por muitos, em meio a um turbilhão de pessoas.

Eu perdi os primeiros, digamos, 10 minutos iniciais de filme. Cheguei a um ponto da história, no qual eu não conseguia identificar quem era o ladrão entre os três personagens. Até aí então, eu perdi duas histórias.

Porém, o filme não perdeu o seu brilho para mim nos minutos restantes. O que se deve ao fato dele ser uma antologia, claro. E, em se tratando de uma antologia, onde se espera por histórias que desagradem em certo momento, este filme me surpreendeu. Todas as histórias contribuíram para uma perfeita coesão do filme e grande fluidez. Algumas destas, extremamente emocionantes.

A minha preferida foi a de direção pertencente à Natalie Portman, que trabalha o preconceito de uma forma tão sutil, tão tocante e poética. Uma relação de amor tão dedicado entre um pai e sua filha, onde esta relação só é explicitada no momento em que a sociedade se manifesta na história – manifestação de preconceito racial, de certa forma disfarçada. Uma explicitação que se deve ao brilhantismo do ator Carlos Acosta, com um olhar tão profundo em significados.

Natalie Portman que também participa de um segmento no papel de uma judia. E eu realmente me expressei com um palavrão quando vi sua cabeça raspada, de novo.

Como disse no início, Nova York, Eu Te Amo, é uma antologia composta por belas histórias. Todas. E com belas atuações. Chamando-me a atenção, em especial, Shia LaBeouf que demonstra ser brilhante mesmo vindo de filmes com personagens que não exigiam muito de seu talento, como Transformers.

Para conhecer os diretores de cada segmento, fique até final dos créditos. O que saiu muito bem colocado, por sinal.

Por fim, fica o meu compromisso em assistir Paris, Eu Te Amo e o de esperar por Rio, Eu Te Amo. Aos que ainda não assistiram, eu desejo uma boa sessão!

sábado, 3 de abril de 2010

Minha experiência com "Julie & Julia"


Sábado de Aleluia e aqui estou para inaugurar o meu blog sobre cinema. A ideia de voltar a manter um blog me surgiu há uns meses atrás, mas até então não consegui um estímulo satisfatório. Não é fácil me comprometer com um blog, quando eu mal consigo estar em dia com as leituras do meu curso e com os filmes que deveria estar vendo para a minha futura monografia. Veja bem, estou no 3º período de História e já preciso estar atenta à minha monografia.
Nesses tais meses atrás, comecei um rascunho para primeiro post. Nele eu escrevi algo que serve perfeitamente para finalizar esta introdução, que é o seguinte: Quero voltar a escrever, mas escrever sobre o que gosto e sobre o que eu aprendi sobre o que eu gosto durante todos esses anos.
Então é a partir desta frase que eu inicio o meu comentário sobre o filme "Julie & Julia". Mas fique claro que hoje eu irei comentar apenas a minha experiência com filme, que serviu como motor para o início do meu blog.



Julie & Julia narra a história de duas mulheres, Julie Child e Julia Powell, que em determinado momento de suas vidas buscaram a culinária como uma ocupação adicional para suas vidas, até então, "monótonas".
Julie Child vive na Paris de 1948, onde o ofício da culinária era exercido majoritariamente por homens. Em busca de livros que ensinem a culinária francesa para "mulheres americanas", e na falta destes, Julie ingressa na Le Cordon Bleu. Após o curso resolve entrar no projeto de um livro de culinária para americanas. E é a partir deste livro que a vida dessas duas mulheres se ligam.
50 anos depois, Julia Powell busca sua ocupação através da leitura e reprodução das receitas de Julie Child. Todas as reproduções passam a ser registradas em seu blog. Então, aqui começam as minhas experiências. O mundo blogueiro é de certa forma, apresentado pela Julia. "Como escrever; sobre o quê escrever; quem irá ler", são algumas das dúvidas que o personagem apresentou inicialmente, assim como eu. A ansiedade em receber comentários, como se estes fossem os reais indicativos de que existem pessoas que leem e gostam do que leem. Ansiedade que eu senti várias vezes, em vários blogs que eu mantive em minha juventude/adolescência. E então eu tomei a iniciativa da personagem como minha, para mim. O título do meu blog, por exemplo, é em referência a um livro que li recentemente e que me influenciou, decisivamente, nos rumos que quero seguir com o meu curso. O livro, que indico como extremamente necessário aos amantes do drama romântico, é: Lágrimas de Luz - O Drama Romântico no Cinema, de Heitor Capuzzo.
Assim como a narrativa do filme, na sala de cinema eu tentei cruzar a minha vida com as decisões da personagem. Então nada mais justo do que iniciar o blog com comentários sobre este filme.


Amy Adams é um doce atuando. Mas o que segura o filme, indiscutivelmente, é a magnífica Meryl Streep (e aqui o parêntese é extremamente pertinente, para demonstrar a minha frustração em relação ao Oscar dado à Sandra Bullock!). A história da Julia, em si, não é atrativa. Mesmo o filme sendo construído a partir da ótica desta, retirada de seu livro: Julie & Julia.

Não pretendia me estender desta forma, mas já o feito, espero que gostem. Aos que ainda não assistiram, desejo uma boa sessão!