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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Selo - Prêmio Dardos


O "Lágrimas e cinema", com seu pouco tempo de vida foi reconhecido pelos queridos colegas do "TopangaBlog" e agraciado com o Selo - Prêmio Dardos. O selo é oferecido a "blogs que se preocupam em transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc.". E eu fico muito feliz que meu blog corresponda a estes quesitos.
Cada blog que recebe o selo deve oferecê-lo a outros blogs que considere corresponder aos objetivos da premiação.
Os meus escolhidos são: "Set Palavras", "Pós.Première" , "Chá e Beterraba" e o "Galvanismo".
Mais uma vez agradeço aos colegas do TopangaBlog e desejo que os meus escolhidos se sintam tão satisfeitos quanto eu com a indicação. Abraços a todos.
Obs: Alguns outros blogs parceiros estão de fora da indicação apenas pelo fato de já terem sido indicados por outros blogs. Mas a lista de merecedores é gigantesca, obviamente.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Preciosa - Uma História de Esperança


Gosto de dramas, já disse em minha descrição. Mesmo aqueles que conseguem me perturbar por semanas, como foi o caso de "Pecados Íntimos" de Todd Field. A cena final com o pedófilo na gangorra é, com toda certeza, a cena que mais me perturbou na vida. Preciosa não foi diferente. A temática do filme já é em si extremamente perturbadora, para começar. Problemas familiares que envolvem encesto sempre são temas fortes.

“Why me?”, questionamento chave da vida de Claireece Preciosa Jones, jovem de apenas 16 anos que foi violentada pelo pai e cresceu sofrendo abusos e sendo tratada com violência pela mãe, Mary. Grávida de seu segundo filho, Preciosa é introduzida como uma jovem agressiva e que procura em suas ilusões um apoio para suportar as adversidades em sua vida.

É uma aluna inteligente, mas travada. Por estar grávida novamente, e por se negar a denunciar os abusos sofridos em casa, por medo das ameaças de sua mãe e pela necessidade de manter o auxílio que sustenta esta, Preciosa é expulsa de sua escola e encaminhada para um sistema educacional alternativo. Este ambiente é o palco para todas as transformações na vida de Claireece, que começa a participar das atividades escolares, a superar suas dificuldades e a enfrentar seus problemas expondo-os lentamente para a persistente e dedicada professora, Sra. Rain. Em um ambiente que suporta outras jovens que possuem problemas variados, ela se sente segura. Constrói suas amizades.

O filme possui cenas fortes perfeitamente bem construídas, algumas delas com a presença sensacional de Mo’Nique que é uma vilã detestável, mas que se encaminha para um desfecho chocante, repugnante e sensível ao mesmo tempo. O momento em que você tenta compreender as atitudes repulsivas de alguém é sempre violentamente tocante.

Mas toda a força do filme se encontra em seu segundo momento. Gabourey Sidibe se destaca neste segundo ato da narrativa, fazendo valer todo o destaque dado à sua atuação. Um início de carreira fantástico.

Lee Daniels acerta na condução de seus personagens, mesmo que ele exagere gastando certo tempo nas fantasias de Preciosa, que mesmo sendo necessárias para a compreensão da jovem em um primeiro momento, se tornam longas e chatas em certo ponto.

Passei a madrugada relembrando o filme e com certeza este efeito perdurara durante a semana, ou o mês. É uma pena que está temática não seja tão assistida como tantos outros dramas familiares.

Quanto às lágrimas, não tive como contê-las.


Direção: Lee Daniels
Roteiro: Geoffrey Fletcher, baseado em livro de Sapphire
Elenco: Gabourey Sidibe (Claireece "Preciosa" Jonas), Mo'Nique (Mary), Rodney Jackson (Carl), Paula Patton (Sra. Rain), Mariah Carey (Sra. Weiss), Sherri Shepherd (Cornrows), Lenny Kravitz (Enfermeiro John), Stephanie Andujar (Rita), Chyna Layne (Rhonda), Amina Robinson (Jermaine), Xosha Roquemore (Joann), Angelic Zambrana (Consuelo), Aunt Dot (Tootsie), Nealla Gordon (Sra. Lichtenstein), Barret Helms (Tom Cruise), Kimberly Russell (Katherine), Bill Sage (Sr. Wicher), Sapphire, Patty Duke
2009


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Há Tanto Tempo Que Te Amo


"Há Tanto Tempo Que Te Amo" é o filme de estréia do francês Philippe Claudel, que conta a história de Julliete. Uma mulher que após passar 15 anos em uma prisão, retorna à sociedade e ao convívio com sua irmã mais nova, Léa.

O Drama se desenvolve em torno de um segredo familiar. Não sabemos nada a respeito de Julliete ao passo em que somos introduzidos no mundo de Léa e de sua nova família. Claudel fez um trabalho de roteiro e de narração brilhantes, porque em nenhum momento incluímos Julliete naquele ambiente familiar. Seu recomeço é arredio, lento. A câmera mal se move quando apresenta Julliete, demonstrando a sua estagnação no tempo. O seu figurino também contribui para demonstrar esta situação de "não pertencimento".

Em determinado ponto, a narrativa se torna um pouco lenta. Mas isto não torna a película desagradável em nenhum momento. Arrisco-me a dizer que foi introduzida de forma correta, demonstrando o quão lenta e difícil é a nossa adaptação e superação de preconceitos. E neste segundo ato, somos introduzidos a personagens que contribuem de forma decisiva para a adaptação de Julliete, como no drama do Capitão Fauré que vive em um tipo de prisão metafórica.

Kristin Scott Thomas como Julliete está maravilhosa. Sua atuação é precisa e demonstra real entrega ao personagem.

O desfecho é extremamente sensível e duro, ao mesmo tempo. O contraponto com o exterior foi perfeitamente bem colocado e demonstra que o diretor foi seguro quanto aos seus interesses com este filme.

Entrou com toda segurança em minha lista de filmes preferidos. Super recomendado!

Direção e Roteiro: Philippe Claudel
Elenco: Claire Johnston (Mãe de Julliete e Léa), Frédéric Pierrot (Capitão Fauré), Laurent Grévill (Michel), Serge Hazanavicius (Luc), Elsa Zylberstein (Léa), Kristin Scott Thomas (Juliette Fontaine), Catherine Hosmalin (Assistente Social), Olivier Cruveiller (Gérard), Mouss (Samir).
2008

Obs: Copiando parte do estilo de postagem do Galvão, do Galvanismo.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Remember me



Remember me, ignorando a tradução brasileira para começar, trata sobre os efeitos de nossas lembranças. Pessoas eternizadas na memória pela importância de sua passagem e pelas mudanças que representam.

O filme baseia-se em um argumento frequentemente explorado dos relacionamentos que se iniciam por jogos de sedução anteriormente estabelecidos entre, em grande maioria, amigos.


Robert Pattinson é Tyler Roth, um jovem marcado pelo suicídio de seu irmão, Michael. Tragédia que marcou profundamente sua família, tendo como agravante o afastamento do pai Charles Roth, interpretado por Pierce Brosnan. Morando com um amigo, vivendo “como porcos”, como o próprio diz, Taylor se entrega a uma vida regada de noitadas e bebedeiras. Em uma destas noites, ele se envolve em uma briga de rua. Ao mesmo tempo em que é absorvido, com a chegada dos policiais, se envolve em um embate com Neil Craig (Chris Cooper), policial prepotente chamado ao local da briga. Acaba sendo preso.

E então surge Ally Craig (Emilie de Ravin), filha do policial Craig. Ally também possui um passado marcado por uma tragédia. E como Tyler, mas por conseqüências diferentes, a relação com seu pai é conflituosa.

Tyler é convencido pelo seu amigo a conquistá-la como uma espécie de troco a agressão que ele sofreu do pai desta. E o restante da história todos já conhecem.

Robert Pattinson e Emilie de Ravin possuem uma boa química. Emilie apresenta uma atuação satisfatória, suficiente ao destaque dado ao seu personagem que merecia uma atenção maior, para valer a cena inicial e os argumentos utilizados. Com atuação questionável, Pattinson se saiu bem em minha opinião. Mesmo sendo massacrado em cenas de conflito com Pierce Brosnan.

Lembranças é um bom filme, mas com final extremamente apelativo. Funcionou, admito. Saí com os olhos cheios de lágrimas do cinema, e não sozinha. A combinação da cena final, com a citação que vem em seguida é deprimente.

Não acrescento elogios à direção de Allen Coulter neste comentário por motivos já citados. Tudo isto me obriga a dizer que o filme é apenas bom. E que as lágrimas que ele conquistou foram, de certa forma, arrancadas a força dos espectadores.