
O Drama se desenvolve em torno de um segredo familiar. Não sabemos nada a respeito de Julliete ao passo em que somos introduzidos no mundo de Léa e de sua nova família. Claudel fez um trabalho de roteiro e de narração brilhantes, porque em nenhum momento incluímos Julliete naquele ambiente familiar. Seu recomeço é arredio, lento. A câmera mal se move quando apresenta Julliete, demonstrando a sua estagnação no tempo. O seu figurino também contribui para demonstrar esta situação de "não pertencimento".
Em determinado ponto, a narrativa se torna um pouco lenta. Mas isto não torna a película desagradável em nenhum momento. Arrisco-me a dizer que foi introduzida de forma correta, demonstrando o quão lenta e difícil é a nossa adaptação e superação de preconceitos. E neste segundo ato, somos introduzidos a personagens que contribuem de forma decisiva para a adaptação de Julliete, como no drama do Capitão Fauré que vive em um tipo de prisão metafórica.
Kristin Scott Thomas como Julliete está maravilhosa. Sua atuação é precisa e demonstra real entrega ao personagem.
O desfecho é extremamente sensível e duro, ao mesmo tempo. O contraponto com o exterior foi perfeitamente bem colocado e demonstra que o diretor foi seguro quanto aos seus interesses com este filme.
Entrou com toda segurança em minha lista de filmes preferidos. Super recomendado!
Elenco: Claire Johnston (Mãe de Julliete e Léa), Frédéric Pierrot (Capitão Fauré), Laurent Grévill (Michel), Serge Hazanavicius (Luc), Elsa Zylberstein (Léa), Kristin Scott Thomas (Juliette Fontaine), Catherine Hosmalin (Assistente Social), Olivier Cruveiller (Gérard), Mouss (Samir).
2008